Um anjo toca a trombeta
e os mortos escapam de suas sepulturas. Neste arcano revivem um homem, uma mulher e um menino. Eis aí o ternário maravilhoso. Não vamos continuar com a símbolo hebraico no estudo deste arcano. Se realmente queremos chegar aos mestres ressurrectos,
concentremo-nos judiciosamente no fato da ressurreição. Costuma-se perguntar:
Como alguém chega a ressurreição ? Como alguém não alcança a ressurreição ?
Como se triunfa e como se fracassa ?
Chega-se a ressurreição trabalhando o nosso interior sem derramar jamais
o Vaso de Hermes. Quem derrama o Vaso de Hermes nunca chegará à ressurreição.
Triunfa-se quando não existe cobiça e quando há cobiça, se fracassa.
COBIÇA
Há dois
gêneros de cobiça. A cobiça pelo dinheiro e a cobiça pelos poderes ocultos.
Existe a cobiça pelo dinheiro, sempre que o desejamos com propósitos
psicológicos. E não para atender corretamente nossas necessidades físicas.
Muitos querem dinheiro para com ele ganhar prestígio social, fama, altas
posições. Não há cobiça quando conseguimos dinheiro com o propósito único de
atender nossas necessidades físicas.
Torna-se necessário descobrir onde termina a necessidade
e começa a cobiça.
Existe a
cobiça de poderes ocultos quando queremos resultados. Aquelas que só querem
resultados são cobiçosos. Aqueles que andam por aí acumulando teorias, buscando
poderes. Hoje em um templo, amanhã em outro. Estão engarrafados na garrafa da
cobiça. A mente engarrafada na cobiça é instável.
Vai de loja em
loja, de templo em templo, seita em seita sempre sofrendo, sempre desejando poderes, luz, sabedoria,
iluminação sem jamais conseguir nada porque o instável não poderá nunca
compreender o estável, o permanente, o divino. Apenas DEUS compreende a si
mesmo. A mente presa na garrafa da cobiça é incapaz de compreender as coisas
que estão fora da garrafa. Os cobiçosos querem engarrafar a DEUS e por isso
andam de templo em templo, sempre desejando inutilmente, porque DEUS ninguém
pode engarrafar. Quem quiser trabalhar na grande obra do Pai, quem quiser
trilhar o caminho do meio deve abandonar a cobiça. O médium vaidoso, cobiçoso
abandona o templo, quando em seu caminho encontra outro templo, ainda que este
seja realmente trevas. Os tipos cobiçosos retiram-se do caminho do meio. Muitos
são os que começam o sacerdócio, poucos são os que terminam. Os mestres
ressurrectos podem ser contados nos dedos.
Conhecemos um discípulo de Cagliostro, um tal Jerônimo,
que trabalhava na grande obra. Este homem foi adquirindo poderes, iniciações,
túnicas, capas, mantos de distinções, espada, era de admirar o progresso de
Jerônimo. Tudo andava bem até o dia que teve a debilidade de contar o seu
segredo a um amigo ocultista. Este, horrorizado pela não ejaculação do Ens Seminis, repreendeu
seriamente a Jerônimo e qualificou-o de bárbaro, aconselhou-o a derramar o Vaso
de Hermes e instruiu-o dizendo que no instante supremo do espasmo tinha-se de
assumir mentalmente uma atitude edificante. Essencialmente edificante,
derramando em seguida diz que muito santamente o Vaso de Hermes. Assim era,
disse, como se trabalhava na grande obra.
Jerônimo, o discípulo do Conde Cagliostro, que não era verdadeiramente um homem forte como foi a
grande Copta, deixou-se convencer pela razão da irracionalidade, derramou o
vaso sagrado. Assim foi perdendo sucessivamente mantos, espada, túnica, graus,
cetro e coroa. Essa foi a fatalidade. O Arcano XVI fulminou Jerônimo com o raio
terrível da Justiça Cósmica.
TRÊS TIPOS DE RESSURREIÇÃO
Assim como nos
três tipos básicos de energia: masculino, feminino e neutro, assim há três
tipos de ressurreição:
1)
Ressurreição Espiritual Iniciática.
2)
Ressurreição com o corpo da Libertação
3)
Ressurreição com o corpo Físico
Ninguém pode
passar pelo segundo ou pelo terceiro tipo de ressurreição sem antes ter passado
pela ressurreição espiritual. Consegue-se a ressurreição espiritual com a
iniciação. Ressuscitamos espiritualmente primeiro no Fogo e depois na Luz. A
ressurreição com o corpo da libertação realiza-se nas Hostes Superiores.
Usam-se os melhores átomos do corpo físico para organizar este corpo. Trata-se
de um corpo de carne que não vem de Adão, porém cheio de beleza indescritível.
Com este corpo do paraíso, os adeptos podem entrar no mundo físico e nele
trabalhar. Fazendo-se visíveis e tangíveis a sua vontade.
RESSURREIÇÃO COM O CORPO FÍSICO
No terceiro
dia, o adepto chega diante de sua sepultura onde o corpo físico repousa. O
mestre clama por seu corpo e invoca-o. Obedecendo a ordem, o corpo físico
escapa do sepulcro aproveitando-se do hiper espaço. A sepultura fica vazia e abandonada as vestes. O corpo
ressuscita nos mundos superiores.
As santas mulheres tratam o corpo do adepto com drogas e
ungüentos aromáticos e obedecendo ordens supremas, o corpo ressuscitado penetra
na alma do mestre pela cabeça sideral. Eis como o mestre recebe novamente o seu
corpo físico. Advertimos que nesse tipo de ressurreição, o corpo físico
submerge nos mundos supra sensíveis. Quando um mestre ressurrecto, cujo corpo
físico esteve por três dias no santo sepulcro, quer entrar no mundo físico,
utiliza o poder da vontade, podendo aparecer e desaparecer onde e quando
quiser, instantaneamente.
Jesus, o
Cristo, é um mestre ressurrecto cujo corpo físico esteve no santa sepulcro por
três dias, e depois da ressurreição, Jesus apresentou-se ante os discípulos de Emaús em plena jornada e
com eles conversou. Depois se apresentou diante de 11 apóstolos e
posteriormente diante do incrédulo Tomé, que só acreditou quando colocou o dedo
nas feridas do santo corpo do Grande Mestre. Hermes, Cagliostro, Quetzalcoati e muitos outros
grandes mestres conservaram os corpos físicos, alguns a milhares e outros a
milhões de anos, sem que a morte possa contra eles. São mestres ressurrectos.
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